segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Sempre que me perguntam se comecei a dançar fazendo ballet acho divertido responder que comecei na dança de salão mesmo, aos 12 anos de idade. Fui assistir à aula da minha mãe, que fazia aulas particulares duas vezes por semana. Roubei uma delas, depois roubei as duas...e, pulando um pedação da história, cá estou eu com uma carreira de dança, atuando há mais de 20 anos como bailarina e professora.

Muitas aulas, palcos e experiências depois, me deparei com questionamentos durante esse caminho e tentei fazer deles reflexões produtivas. O mais forte desses questionamentos foi em relação ao gênero na dança de salão. Muitos porquês aflorando junto com minha consciência feminista e meu processo de autoempoderamento feminino.

Ao começar a dançar, bem novinha nas aulas com meu irmão mais novo, pude ouvir palavras como “comando” e expressões como “a dama obedece ao cavalheiro”. Forte, não? Naturalizado, contextualizado, não questionado, foi passando batido e sendo reproduzido sem grandes problemas. Com o tempo, comecei a levantar essas questões. Alguma adesão, muitos comentários como “ah, mas o que você quer, mulher conduzindo? Aí vai descaracterizar... e a tradição”? Alguns se referiam à relação de se dançar em par como um diálogo. Sempre discordei. Diálogo onde um só é o emissor da informação? E sempre o homem é esse emissor? Falácia. Reprodução do que já se assiste na sociedade.

Sempre acreditei que a dança de salão tem um potencial incrível e que ficar engessado em heteronormatividades já estava passando da hora de ser abandonado. Muito simples manter o jogo onde um propõe um movimento, o outro entende e responde... no qual os papeis podem ser escolhidos independente de gênero. Por que não? Vejo nisso uma explosão de possibilidades, uma revolução do movimento compartilhado por um par.

E aí, essa semana, com um engajamento incrível, nossos queridos Be Hoppers iniciam a campanha “30 Atitudes contra o Machismo na Dança”. Que sorte, que felicidade ir encontrando pessoas que compartilham e defendem os mesmos pontos de vista que eu. Que alegria ver tudo tomando forma – nas ideias e nos corpos. Cheguei a pensar que não assistiria – ou melhor, faria parte – disso tudo, que seria algo para as próximas gerações.

É lindo ver uma dança com uma história imbricada de símbolos e códigos machistas ser exatamente o palco dessa desconstrução. Que a dança de salão siga viva, cada vez mais humana e inclusiva das novas formas de se pensar e se relacionar!


Fabiana Dias

Foto: não tinha os créditos - possivelmente Gilberto Goulart ou Jaque Martins. Nela, eu e a Anne Morais, uma aluna querida que desde a primeira aula topou aprender a conduzir e a ser conduzida. <3

segunda-feira, 21 de março de 2016

Pra quem não sabe a gente conta, pra quem sabe a gente conta mais: 


Nosso professor e bailarino Daniel Vidal hoje em dia também é um fotógrafo com um olhar único e de criatividade sem limites – influência da sua experiência de muitos anos nos palcos da dança. Ele e sua super talentosa parceira Fernanda Peixoto organizaram um workshop com a ideia de introduzir os iniciantes no mundo da fotografia e também aprofundar tecnicamente com os iniciados. Toda oficina vai durar oito horas, sendo uma parte no sábado e outra no domingo.

Que dia e que horas?

Dias 02 e 03 de abril.
No sábado, de 10 às 12h, com intervalo para almoço. Retomamos às 13h e vamos até às 16h.
No domingo, vamos trabalhar de 10h às 13h. Esse será o momento de analisar as fotos e tirar dúvidas.


Onde?

No Espaço Myra de Arte. É uma casinha simpática que fica no Prado, na rua Lagoa Dourada, 67, entre a Contorno e a Francisco Sá.


O que é que vamos aprender?

- Câmera por partes (funcionamento da câmera)
- Modelos de câmeras
- Fotometria
- Qualidade da Luz
- Flash embutido
- Modos de operação da câmera
- Qualidade, direção e cor da luz

Quem são os professores?

Só pra introduzir, essa dupla já teve fotos premiadas num concurso da ISPWP – Verão 2015 (International Society Professionals Wedding Photographers).
Daniel Vidal, fotógrafo formado pela Escola de Imagem. Consegue achar beleza, poesia e movimento em coisas e momentos inusitados. Dizem que é pela sensibilidade que a dança aguçou nele.
Fernanda Peixoto, também formada pela Escola de Imagem, já soma milhares de cliques em 7 anos de sorrisos, alianças e momentos de “felizes para sempre”.

Mas eu não tenho equipamento!

Sem problemas! A ideia é aprender a lidar com os recursos que você tiver. Pode ser desde uma câmera profissional até a do seu celular.

 

Qual o valor do investimento?

O curso inteiro sai por R$260 e tem promoção: os seis primeiros inscritos vão ganhar 15% de desconto. Então...corre!!

Como faço pra me inscrever?


É só mandar um email para espacomyra@gmail.com. Se preferir falar com o Daniel ou precisar de mais informações ligue para 99227 8435.